segunda-feira

Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzu. O som do zíper correndo pelo couro da bota.

Toc. O salto batendo no chão de tacos.

Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzu.

_Espere, disse, erguendo a mão.

Ajoelhou-se, segurou no calcanhar e com cuidado descobriu o pé muito branco.

_ Você usa bota sem meia, observou.

Aproximou o rosto, aspirou solene, um tanto de carvalho e frutas vermelhas, talvez algo de amêndoas e terra, parecia que ia dizer algo assim, mas não, calou.

Logo a língua a deslizar por entre os dedos, os dentes raspando nas peles mais grossas, olham-se.

Na boca, todos os lugares por onde ela passou.

3 comentários:

Anônimo disse...

ui

memórias de priscilla disse...

doeu?

Anônimo disse...

Um espetáculo. Perfeito! Parabéns...